Élder Jeffrey R. Holland
Do Quórum dos Doze Apóstolos
Por Causa de Vossa Fé
Agradeço a todos
os maravilhosos membros da Igreja (…)
por provarem a cada
dia de sua vida que o puro amor de
Cristo “nunca
falha”.
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Presidente Monson, os membros desta igreja em todo o
mundo unem-se nesse hino ao
magnífico coro e dizem “Graças
Damos, Ó Deus, por um
Profeta”. Obrigado por sua vida, por seu
exemplo e por essa mensagem de boas-vindas a
mais uma conferência geral
da Igreja. Nós o amamos, o
admiramos e o apoiamos. De fato, na sessão
desta tarde, teremos uma oportunidade
mais formal de erguer a mão em
voto de apoio não apenas para o
Presidente Monson, mas também para
todos os outros líderes gerais da
Igreja. Como meu nome está incluído
na lista, tomo a liberdade de
falar em nome de todos para
agradecer a vocês antecipadamente por seu voto de apoio. Nenhum de nós
poderia servir sem suas orações e sua
ajuda. Sua lealdade e seu amor
significam para nós muito mais do que
podemos expressar. Nesse espírito,
minha mensagem de hoje é de que nós os apoiamos, de que também oramos
sinceramente por vocês e de que os amamos
tanto quanto vocês nos
demonstram seu amor. Sabemos que há
chaves, convênios e responsabilidades
especiais concedidas aos líderes
presidentes da Igreja, mas também
sabemos que a Igreja extrai sua
força incomparável, sua vitalidade
realmente ímpar, da devoção e da contribuição
de todo membro desta Igreja, seja
ele quem for. Não importa o
país em que você more, por mais jovem e
incapaz que se sinta, ou por mais
idoso ou limitado que você se considere,
digo-lhe que você é amado
individualmente por Deus; |
você é essencial para o significado de Sua obra e é
amado pelos líderes
presidentes de Sua Igreja, que oram
por você. O valor pessoal, o sagrado
esplendor de cada um de vocês, é o
verdadeiro motivo de haver um plano
para a salvação e exaltação. Ao contrário do
que se diz hoje, tudo tem a ver com você. Não, não se vire nem olhe
para a pessoa ao lado. Estou
falando com você! Tive dificuldade
para encontrar um meio adequado de
dizer-lhe o quanto Deus o ama e quão
gratos, nós aqui neste
púlpito, somos por você. Procuro ser
porta-voz dos próprios anjos dos
céus para agradecer-lhe por todas as
coisas boas que você fez, por
todas as palavras bondosas que já
disse, por todo sacrifício que já
fez ao levar a alguém, — seja quem for —
a beleza e as bênçãos do
evangelho de Jesus Cristo. Sinto-me grato pelas líderes
das Moças que vão aos acampamentos com elas e, sem xampu, chuveiro nem maquiagem, transformam
esfumaçadas reuniões de testemunhos ao redor da fogueira em algumas das mais marcantes experiências espirituais que aquelas moças — ou aquelas líderes — terão na
vida. Sinto-me grato por todas as mulheres da Igreja que em minha vida foram tão fortes quanto o Monte Sinai e tão compassivas quanto o Monte das Bem-Aventuranças. Sorrimos, às vezes, com as histórias das nossas irmãs, vocês sabem: gelatina verde, colchas de retalhos e lanchinhos em reuniões. Mas meus familiares foram os agradecidos beneficiários
de cada uma dessas coisas, em diversas ocasiões, e em uma delas, a colcha e o lanche vieram no mesmo dia.
Era apenas uma colcha bem pequena — |
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minúscula mesmo — para proporcionar ao corpinho do meu irmãozinho uma
jornada de volta ao lar celestial que fosse tão cálida e confortável quanto
nossas irmãs da Sociedade de Socorro queriam que fosse. O lanche providenciado
para nossa família depois do funeral, oferecido de boa vontade, sem que
tivéssemos pedido, foi recebido com muita gratidão. Sorriam, se quiserem, por causa de
nossas tradições, mas de alguma forma, são as mulheres menos aclamadas desta
Igreja que estão sempre presentes, quando há mãos que pendem
e joelhos enfraquecidos.1 Elas parecem compreender nstintivamente a divindade desta declaração de
Cristo: “Quando o fizestes a um destes meus pequeninos (…), a mim o fizestes”.2 E os irmãos do sacerdócio não ficam
atrás. Lembro-me, por exemplo, dos líderes de nossos rapazes que, dependendo
do clima e do continente, fazem caminhadas extenuantes de mais de 80
quilômetros (50 milhas) ou abrem cavernas no gelo — e até tentam dormir nelas — nas mais longas noites da experiência humana. Sinto-me grato pela
lembrança dos membros de meu grupo de sumos sacerdotes que, há alguns anos,
se revezaram por semanas, dormindo em uma pequena poltrona no quarto de um membro agonizante do quórum, para que
sua idosa e igualmente frágil esposa conseguisse dormir um pouco, nas semanas
finais de vida de seu querido marido. Sinto-me grato pelo
exército de professores, líderes, consultores e secretários da Igreja,
sem mencionar as pessoas que estão sempre montando mesas e guardando cadeiras.
Sinto-me grato pelos patriarcas ordenados, pelos músicos, pelos consultores
de história da família, pelos casais com osteoporose que caminham com
dificuldade às cinco horas da manhã até o templo, carregando malas quase
maiores que eles próprios. Sinto-me grato pelos pais discretos e abnegados
que — talvez por toda a vida — cuidam de um filho deficiente, às vezes com mais
de uma deficiência, e às vezes com mais de um filho. Sinto-me grato pelos
filhos que retribuem mais tarde o carinho que receberam, cuidando de pais
enfermos ou idosos. E pela quase perfeita irmã idosa que, como se pedisse perdão,
disse- me recentemente: “Nunca fui líder ou qualquer coisa parecida na
Igreja. |
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Hesitante, fui até o banco
local e perguntei ao gerente, que era amigo da família, quanto havia em minha conta. Ele pareceu surpreso e disse: “Ora, Jeff, está tudo em sua conta. Eles não contaram para você? Seus pais quiseram fazer de tudo, por mínimo que fosse, para ajudá-lo a iniciar
sua vida quando voltasse para casa.
Eles não sacaram um centavo da conta durante sua missão. Achei que você soubesse”. Bem, eu não sabia. O que eu sei é que meu pai, que era o que
chamávamos em nossa cidadezinha de “guarda-livros” autodidata, tendo pouquíssimos clientes, provavelmente passara dois anos sem um terno novo ou camisa nova ou par de sapatos novos, para que o filho tivesse tudo isso na missão. Além disso, o que eu não sabia, mas fiquei sabendo
então, foi que minha mãe, que nunca tinha trabalhado fora de casa depois de casada, arrumara um emprego numa loja de departamentos local para custear minha missão. E nada disso me foi contado durante a missão.
Nem uma palavra sequer foi dita a esse
respeito. Quantos pais na Igreja fizeram exatamente o mesmo que o meu? E quantas mães, nesta época de
dificuldades econômicas, ainda fazem o que minha mãe fez? Meu pai já morreu há 34 anos; por isso, tal como o Presidente Faust, vou ter de esperar para poder
agradecer plenamente a ele do outro lado do véu. Mas minha querida mãe, que fará 95 anos na próxima semana,
está assistindo feliz a esta transmissão em casa hoje, em St. George e, por
isso, não é tarde para agradecer a ela.
A vocês, Mamãe e Papai, e a todas as mães e pais e famílias e boas
pessoas do mundo inteiro, agradeço por terem-se sacrificado tanto por seus filhos (ou pelos filhos dos outros!), |
por terem desejado tanto dar-lhes as vantagens que nunca tiveram, por terem desejado tanto
proporcionar- lhes a vida mais feliz que lhes podiam oferecer. Agradeço a todos os
maravilhosos membros da Igreja — e a legiões de boas pessoas que não são da nossa fé — por provarem a cada dia de sua vida que o puro amor de Cristo “nunca falha”.4 Nenhum de vocês é pequeno ou insignificante, em parte por que vocês tornam o evangelho de Jesus Cristo o que ele é: um lembrete vivo de Sua graça e
misericórdia, uma manifestação particular, porém vigorosa, em pequenas vilas e grandes cidades, do bem que Cristo fez e da vida que Ele
deu, procurando trazer paz e salvação a outras pessoas. Sentimo-nos honrados, mais do que podemos expressar, por participarmos com vocês de uma causa tão sagrada. Como disse Jesus aos nefitas, digo hoje: “Por causa de vossa fé (…), é completa minha alegria. E depois de haver proferido
estas palavras, ele chorou.” 5 Irmãos e irmãs, ao ver seu
exemplo, asseguro novamente a minha determinação de ser melhor, mais fiel — mais bondoso e dedicado,
mais caridoso e verdadeiro — como é o nosso Pai Celestial e como muitos de vocês já são. É minha oração, em nome de nosso Grande Exemplo em todas as coisas, o Senhor Jesus
Cristo. Amém. ◼ Notas 1. Ver Hebreus 12:12; Doutrina
e Convênios 81:5. 2. Mateus 25:40. 3. James E. Faust, “O Mais Importante da Lei: O Juízo, a Misericórdia e a Fé”, A
Liahona, janeiro
de 1998, p. 68. 4. I Coríntios 13:8; ver também Morôni 7:46–47. 5. 3 Néfi 17:20–21. |
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